Imóvel para alugar em Copacabana,no Rio — Foto: Fábio Rossi/Agência O Globo
GERADO EM: 26/12/2024 - 22:45
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Com o avanço do IGP-M ao longo deste ano,o preço do aluguel entrou no radar de grande parte das famílias brasileiras. Quem não tem imóvel próprio já sabe que a aceleração do índice significa reajuste salgado dos contratos. Por isso,para especialistas,o ideal é sentar com o proprietário do imóvel e renegociar para tentar algum alívio no bolso.
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Estudo de inteligência imobiliária da Apsa,uma das principais gestoras de propriedades urbanas no Rio,sobre o custo de aluguéis na capital fluminense registrou aumento médio de 9,91% entre dezembro do ano passado e novembro deste ano,último dado disponível.
Na hora da conversa com o proprietário,alguns trunfos podem ser usados pelo inquilino para tentar amenizar o reajuste.
-- Vivemos um momento de valorização no mercado de aluguel,sendo a percepção do proprietário favorável a valorizar ou aumentar o preço cobrado. Até porque o IGP-M e o IPCA também avançam. A minha sugestão,com enfoque no inquilino,é que ele apresente o quanto cuida bem do imóvel,que não atrasa o aluguel,que deseja continuar nele por mais tempo,faz pequenos ajustes e reformas do próprio bolso,ou seja,o quanto ele conserva bem o patrimônio daquele proprietário — diz Leonardo Schneider,diretor superintendente da Apsa e vice-presidente do Secovi Rio.
Segundo Schneider,outra opção seria utilizar análises,tendências e olhar alguns portais para verificar como está o preço médio na região:
-- Buscar informações de mercado que ajudem a balizar uma boa negociação com o proprietário e que evite algum tipo de pedido de ajuste absurdo. Vale lembrar que essa relação proprietário-inquilino vem,desde a pandemia,muito estável,e isso é favorável nesse momento.
A corretora Silvia Soares,da Soares Corretora,lembra que a tendência é de aumento de preços nos próximos anos por conta do avanço do dólar,o que tende a impactar a inflação geral e os contratos dos alugueis. Por isso,Silvia lembra que o importante é tentar estabelecer uma negociação com o proprietário e a corretora.
— Algumas estratégias são essenciais. Tente propor um período de locação maior para obter um desconto maior. Ou então pesquise os índices de inflação para sugerir um novo indicador de reajuste. E,claro,peça um desconto. Sempre vale a pena tentar. Uma boa conversa é a melhor solução.
Moro de aluguel,o que fazer?
Caso o reajuste do aluguel pelo IGP-M impacte o orçamento familiar,a recomendação é procurar a corretora ou o proprietário para negociar o reajuste anual por uma taxa mais razoável.
Sou proprietário,o que fazer?
O reajuste pelo IGP-M é uma prerrogativa do proprietário,caso esteja em contrato. A imposição,porém,pode inviabilizar a permanência do locatário no imóvel,acarretando custos para manter o imóvel desocupado.
Como negociar o valor do aluguel?
Procure negociar com o dono do imóvel ou a administradora se é possível alterar o índice de reajuste do aluguel. Durante a pandemia,muitos inquilinos conseguiram trocar o IGP-M pelo IPCA de forma a evitar altas tão elevadas no reajuste anual. Sempre vale negociar,diz a corretora Silvia Soares.
E se não houver acordo?
Caso o inquilino se recuse a pagar o valor proposto pelo proprietário,ele deve pedir a rescisão do contrato,com o pagamento de multa.
Qual é o valor da multa?
Os valores são definidos em contrato. A prática do mercado é fixá-la em três vezes o valor do aluguel,com cobrança proporcional ao tempo que falta para o encerramento do contrato. Também é praxe estipular isenção dessa multa após o 12º mês.
O proprietário pode exigir a desocupação do imóvel?
Em condições normais,não. O contrato oferece certa proteção ao inquilino,mas em caso de descumprimento,como o não pagamento do aluguel,o proprietário pode abrir uma ação de despejo,que dá prazo de 15 ou 30 dias para a desocupação do imóvel.
A Lei de Regime Jurídico Emergencial para o período da pandemia suspendeu a concessão de ordens liminares de despejo temporariamente,mas o prazo se encerrou em 30 de outubro deste ano.
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