Mapeamento de novos produtos e regiões turísticas impulsionam geração de emprego e renda no país

2024-10-23    HaiPress

Festas populares como a do Boi de Parintins ajudam a ampliar o movimento de turistas e a geração de emprego e renda nas cidades onde são realizadas e em outras em seu entorno — Foto: ALEX PAZUELLO / SECOM GOVERNO DO AMAZONAS

RESUMO

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GERADO EM: 23/10/2024 - 04:01

Brasil investe em turismo para impulsionar empregos e renda

O Brasil busca impulsionar o turismo com estratégias de mapeamento de novos produtos e regiões,visando gerar emprego e renda no país. Com investimentos em infraestrutura,promoção de destinos e festas populares,pretende-se atrair mais visitantes,aumentando o número de empregos formais no setor. A expansão da indústria turística interna e a captação de turistas estrangeiros são fundamentais para alcançar a meta de se tornar o destino mais visitado da América do Sul. A oferta de voos,o crescimento das viagens domésticas e internacionais,aliados a programas de estímulo ao turismo nacional,como o Voa Brasil,contribuem para o desenvolvimento do setor.

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Para crescer como destino turístico — tanto para visitantes estrangeiros quanto nacionais — o Brasil vem atuando em melhorias na estrutura de transportes,para aumentar a logística usada pelos viajantes,e em promoção de produtos e destinos.

A estratégia passa ainda por ampliar a divulgação de roteiros regionais e festas populares,perseguindo a meta de subir ao posto de país que mais atrai turistas na América do Sul até 2027,superando a Argentina,atual líder do ranking.

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A estrutura turística interna é chave para essa indústria. A previsão é passar de 93 milhões de viagens domésticas este ano para 150 milhões em 2027. Segundo o ministro do Turismo,Celso Sabino,o investimento em hotelaria no país é crescente,há mais voos,enquanto o ganho de renda da população permite que mais pessoas possam viajar:

— Com mais voos,mais hotéis e dinheiro no bolso,o brasileiro está visitando mais o Brasil,conhecendo mais destinos turísticos nacionais — destacou.

Ele participou,na segunda-feira,de debate sobre turismo dentro da série "Caminhos do Brasil",uma iniciativa de O Globo e Valor Econômico e da Rádio CBN,com patrocínio do Sistema Comércio,através da CNC,do Sesc,do Senac e de suas federações.

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Essa rede colabora para a maior captação de estrangeiros. No ano passado,5,91 milhões de visitantes internacionais desembarcaram por aqui e deixaram uma cifra recorde de US$ 6,9 bilhões (R$ 34,5 bilhões),de acordo com dados do Banco Central. O valor supera em 1,5% a maior arrecadação brasileira com o turismo estrangeiro até então,registrada em 2014,quando o país sediou a Copa do Mundo. Este ano,já são quase 5 milhões de visitantes internacionais até setembro.

— Isso indica que vamos bater recorde de turistas internacionais chegando ao Brasil e consequentemente devemos ter uma receita maior do que os quase US$ 7 bilhões de 2023 — disse o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur),Marcelo Freixo.

De agosto a dezembro são previstos 34,3 mil voos internacionais no Brasil,que vão ofertar 8,34 milhões de assentos,de acordo com o Ministério do Turismo. Se o Brasil chegar a 2027 com movimento anual de 8,1 milhões de turistas vindos do exterior,isso vai render ao país um faturamento de US$ 8,1 bilhões,estima o Plano Nacional do Turismo.

Mais emprego

Esse plano de voo para o Brasil prevê ainda a ampliação do mapa de municípios turísticos nos próximos anos,passando das atuais 312 para 400 cidades com potencial para turismo. Para se ter uma ideia,Uberaba (MG),Barra do Mendes (BA) e Irani (SC) entraram para o roteiro em 2023,visando fomentar a geração de emprego e renda no setor nessas localidades. No país como um todo,o objetivo é aumentar de 2 milhões para 3 milhões o número de postos de trabalho formais no segmento até 2027.

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Grandes festas populares e religiosas são destaque para chegar lá,atuando como chamariz de visitantes não apenas para as cidades onde ocorrem como para outras em seu entorno. Estudo do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFEC-RJ),vinculado à Fecomércio-RJ,mostrou em março que os turistas nacionais e internacionais deixaram R$ 2,35 bilhões no Rio de Janeiro apenas durante o Carnaval deste ano.

Outro achado da pesquisa é o fato de que um terço dos entrevistados afirmaram que foram ou pretendem conhecer outras cidades fluminenses,destacando localidades como Búzios,Arraial do Cabo,Angra dos Reis,Cabo Frio,Paraty,Petrópolis e Niterói.

Com antecedência,passagem aérea mais barata

Já o Festival de Parintins (AM),segundo o governo do Amazonas,atraiu cerca de 120 mil turistas neste ano,ante 110 mil em 2023,e injetou mais de R$ 180 milhões na economia local,um aumento de 23,2% em relação a um ano antes. Quanto ao Círio de Nazaré,em Belém (PA),o fluxo de passageiros no Aeroporto Internacional da capital paraense foi 25% maior que no mesmo período de 2023.

Esse crescimento das viagens dentro do país se dá apesar da percepção de que o turismo é caro para os brasileiros. Segundo a presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav),Ana Carolina Medeiros,o motivo é a logística custosa,a depender da localidade.

— Turismo caro acontece principalmente naqueles destinos mais resguardados,em cidades pequenas do Nordeste. A gente tem essa trava,infelizmente — afirmou.

Ela adicionou que a entidade tem trabalhado,em parceria com o Ministério do Turismo,para facilitar o desembarque de turistas nessas regiões.

— Já quando falamos de turismo internacional o que se vê é que o nosso país é atrativo,pois o custo de vida é barato frente ao deles. A desvalorização cambial também ajuda — destacou Ana Carolina.

Sabino frisou que quem compra passagem aérea com antecedência garante bons preços. Um dos projetos que visam estimular o turismo nacional,com oferta de bilhetes mais acessíveis,é o Voa Brasil. Lançado pelo Ministério de Portos e Aeroportos no fim de julho,o programa,no entanto,tem atingido resultado abaixo do esperado. Até setembro,comercializou cerca de 12,5 mil bilhetes para 72 cidades. A meta é alcançar 3 milhões de assentos vendidos ao longo de um ano.

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Cada trecho custa R$ 200 e pode ser adquirido por aposentados que recebem benefício do INSS e que não tenham viajado nos últimos 12 meses. Segundo o ministério,o Sudeste é a região que tem maior procura,com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo.

Entre os bilhetes comercializados,60% têm como destino pequenas e médias cidades,o que estimula a aviação regional. A expectativa do Ministério de Portos e Aeroportos é lançar a segunda etapa do programa no primeiro semestre de 2025,quando estudantes da rede pública de ensino serão beneficiados.

Conectividade no Norte

Segundo o Ministério do Turismo,o Brasil tem avançado na melhoria da conectividade aérea,tanto interna quanto externamente. Alguns exemplos são a retomada de voos da TAP entre Lisboa e Manaus (AM),a partir de novembro de 2024,favorecendo a chegada de visitantes à Amazônia brasileira.

Além disso,como um desdobramento do Programa “Conheça o Brasil: Voando” — parceria entre MTur,Ministério de Portos e Aeroportos e empresas aéreas,que busca facilitar a realização de viagens de brasileiros no país —,a Gol anunciou a expansão da oferta de voos em suas bases no Pará,nas cidades de Belém,Carajás,Marabá e Santarém. (Do Valor Econômico)

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