Terra arrasada: Em ofensiva na Cisjordânia, Israel destrói estradas e infraestrutura, causando corte de água, luz e internet

2024-09-04    HaiPress

Menino palestino anda de bicicleta por uma rua principal destruída no centro de Jenin,na Cisjordânia ocupada — Foto: Zain JAAFAR / AFP

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GERADO EM: 04/09/2024 - 04:30

Israel destrói infraestrutura em Jenin: prejuízos e tensões crescem.

Em meio a ofensiva militar na Cisjordânia,Israel destrói infraestrutura em Jenin,cortando água,luz e internet. Prejuízos milionários e 27 mortos em incursões. Operação 'antiterrorista' visa combater combatentes palestinos ativos na região. Danos e tensões crescem,afetando população e gerando críticas internacionais.

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À medida que avança a operação do exército israelense no norte da Cisjordânia,onde ao menos 27 pessoas morreram nos últimos sete dias,o cenário que se desenha não é muito distante de uma terra arrasada: só em Jenin,cerca de 70% das ruas e da infraestrutura subterrânea foram destruídas de maneira deliberada pelos militares,deixando milhares de pessoas sem água,esgoto,eletricidade e internet. Autoridades locais falam em um prejuízo milionário,enquanto Israel alega buscar artefatos explosivos nas estradas por onde passa.

“As forças de ocupação [israelenses] demoliram completamente mais de 70% das ruas da cidade (...) a uma profundidade de aproximadamente um metro a um metro e meio,o que levou à destruição das redes de água e esgoto,bem como dos cabos de comunicação e eletricidade,nas áreas que foram demolidas,inicialmente estimadas em 20 quilômetros”,informou a agência de notícias palestina Wafa no domingo,citando Bashir Matahen,diretor de Relações Públicas e Mídia do Município de Jenin.

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Ainda segundo a publicação,o abastecimento de água foi suspenso em 80% da cidade e de toda a zona rural devido à destruição das redes de distribuição e à incapacidade das equipes técnicas de acessar a infraestrutura afetada para redirecioná-la para outros locais.

"As equipes da prefeitura não conseguem acessar as áreas das redes danificadas,apesar de suas tentativas,durante as quais foram submetidas a tiros das forças de ocupação [israelenses]”,acrescentou.

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Os prejuízos foram estimados em 500 milhões de shekels (cerca de R$ 764 milhões) pelo prefeito Nidal al-Obaidi,segundo o qual o valor supera o de operações anteriores,depois que as forças israelenses também queimaram partes do mercado central de vegetais da cidade e destruíram centenas de casas e veículos,de acordo com Matahen.

— É como se um terremoto tivesse atingido a cidade: destruição em massa,ruas destruídas,casas demolidas e outras explodidas — comparou al-Obaidi em entrevista à agência de notícias turca Anadolu na segunda-feira. — [O exército israelense está] deliberadamente sabotando e destruindo a cidade.

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Operação 'antiterrorista'

Desde que os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro deixaram cerca de 1,2 mil mortos em Israel,desencadeando a guerra na Faixa de Gaza,o Estado judeu teme um ataque semelhante na Cisjordânia,onde cerca de 3 milhões de palestinos vivem sob ocupação militar israelense desde 1967.

As atuais incursões israelenses têm como alvo combatentes palestinos em Jenin e Tulkarem,bem como o campo de refugiados de al-Fara,perto de Tubas. Em agosto,o Hamas e a Jihad Islâmica,dois dos principais grupos armados palestinos,assumiram a responsabilidade por uma tentativa de atentado a bomba em Tel Aviv,a capital israelense,que feriu moderadamente um transeunte e matou o agressor.

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Descrita como “antiterrorista" pelas forças de Israel,a operação envolve centenas de soldados,além de colunas de veículos blindados e escavadeiras,a maior ofensiva militar israelense dos últimos 22 anos na Cisjordânia,onde os grupos armados que lutam contra a ocupação são particularmente ativos.

“Há 30 mortos e cerca de 130 feridos na Cisjordânia desde quarta-feira” da semana passada,segundo um comunicado do Ministério da Saúde palestino que inclui três pessoas mortas na região de Hebron (sul),em eventos isolados das operações em curso no norte.

Em Tulkarem,um ataque das forças de Israel destruiu estradas e provocou surtos de violência na sexta-feira,deixando muitos palestinos abalados. Ao menos quatro pessoas morreram,incluindo Ayed Abu Hajja,um homem de 69 anos que era deficiente mental e foi morto por um atirador quando abriu uma janela de sua casa,segundo relatos de vizinhos.

A operação israelense em Tulkarem concentrou-se em Nur Shams,que fica nos arredores da cidade. Historicamente um campo de refugiados para palestinos após a guerra de 1948,agora é um bairro construído e um reduto de resistência palestina.

— Os carros não podem circular pelas ruas,todos estão indo a pé,porque os destroços [levantados pelas escavadeiras israelenses] estão empilhados em montes enormes — disse ao New York Times Suleiman Zuhairi,morador do bairro de Nur Shams e funcionário aposentado da Autoridade Palestina.

Na segunda-feira,os militares israelenses declararam que durante a operação “antiterrorismo”,suas forças mataram 14 combatentes e prenderam “25 terroristas” no norte da Cisjordânia. Mais de 600 palestinos foram mortos em confrontos na Cisjordânia com as forças israelenses e civis desde outubro,de acordo com as Nações Unidas.

(Com agências internacionais)

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