Carlos Saldanha dirige universo mágico sem telas de celular em novo filme infantil 'Harold e o lápis mágico'

2024-08-22    HaiPress

Saldanha: reencontro com as animações por meio de efeitos especiais em 'Harold e o lápis mágico' — Foto: Maria Isabel Oliveira/ Agência O Globo

RESUMO

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GERADO EM: 22/08/2024 - 03:31

Carlos Saldanha dirige filme nostálgico e promissor após fim da Blue Sky.

Carlos Saldanha dirige "Harold e o lápis mágico",celebrando a imaginação sem tecnologia em um mundo caótico. O filme mistura live-action e animação,explorando a nostalgia dos anos 1980 e 1990. Saldanha enfrentou o fim da Blue Sky,seu estúdio por 28 anos,mas encontrou conforto na criatividade do novo projeto. O filme aborda temas delicados como perda e criatividade,com uma abordagem que atrai tanto adultos quanto crianças. Saldanha também revela planos futuros,incluindo um filme sobre Amyr Klink e mais produções em live-action e seriados.

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O caos toma conta da cidade. Não,nada de alienígenas,zumbis ou supervilões. O responsável é um sujeito que sai desenhando por aí com seu giz de cera da cor roxa. Acontece que o lápis é especial: transforma tudo que é traçado em realidade: bicicletas,patins ou feras assustadoras. Esta é a premissa do filme que mistura live-action e animação “Harold e o lápis mágico”,novo longa do carioca Carlos Saldanha — famoso pelas franquias de animação “A Era do Gelo” e “Rio” — que chega hoje aos cinemas brasileiros.

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O longa se inspira em “Harold and the purple crayon”,de Crockett Johnson,livro lançado em 1955 nos EUA e desde então um clássico da infância por lá. Na história original,Harold é um bebê rechonchudo com um meigo macacão azul,que rascunha sua realidade com um giz. Traçando a Lua,árvores,um dragão e até o oceano,amplia suas possibilidades de viver.

— É um filme inspirado num livro dos anos 1950,mas que até hoje as pessoas leem,que eu li para os meus filhos. Instintivamente,acabo trazendo algo da minha infância nas histórias com as quais trabalho — afirmou Saldanha ao GLOBO,em recente visita à São Paulo. — O filme tem muito a ver comigo. Quando criança,eu acreditava que o desenho poderia ser real.

No filme de Saldanha,Harold (Zachary Levi,da série “Chuck” e da franquia “Shazam”) cresceu e se tornou um adulto que parece personagem de desenho animado. Levy abusa de caras e bocas,com olhos esbugalhados e expressões exageradas para interagir com os colegas de cena,que funcionam num registro mais realista.

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Com roteiro de David Guion e Michael Handelman,a história começa num mundo paralelo 2D,até que o protagonista,Harold,decide desenhar uma porta para o Mundo Real (assim,em maiúsculas),em busca de seu criador — desenhista não visto que narra o início do longa. Um dia,porém,o “criador” se cala e não conversa mais com Harold,que entra em desespero com sua ausência.

Na epopeia para encontrar sua figura paterna,o protagonista mergulha na realidade e se depara com uma mãe,Terry (Zooey Deschanel),e seu filho pré-adolescente Mel (Benjamin Bottani),que andam numa fase de pouca conversa. E aí começa a aventura.

'Harold e o lápis mágico': novo longa explora a criatividade como trunfo — Foto: Divulgação

Orgulho analógico

Embora o filme não se localize em nenhum ano específico dá pra sentir notas de final do século XX.

— Tenho nostalgia dos anos 1980 e 1990,curto fazer esse retorno — diz Saldanha. — Essa história é analógica por natureza.

Daí a ausência de telas em cena. Jovens com a cara enterrada no celular? Não há. Brigas da mãe com o filho para desligar a televisão? Nadinha. Nos pulsos,claro,nenhum smartwatch.

— Hoje em dia é tudo tão digital,virtual,que não há mais aquela narrativa que conta uma história mais tátil,do que pode ser criado e tornar-se verdade. Aqui,por outro lado,tive a preocupação de que,ao aparecer um traço desenhado na tela,ele parecesse mesmo feito de giz — afirma o diretor. — Queria,inclusive,que o livro estivesse presente. O protagonista acha a obra de Crockett Johnson na biblioteca. E o computador,quando aparece na história,não funciona. Nesse roteiro,é preciso solucionar as questões da forma “tradicional”.

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Nesse sentido,a criatividade,diz Saldanha,é o coração do enredo. Ou seja,não há limites para o que o lápis feito de “pura imaginação”,como diz o filme,pode criar. O material,por exemplo,é capaz de fazer o “design” de um inseto voador estranhíssimo (que lembra um tipo de mosca-aranha turbinada),ou uma puma dentro de uma loja de departamentos. Por fim,o tracejado de um avião (que é capaz de levantar voo de verdade e levar Mel e Harold para longe de uma encrenca) é a prova cabal de que absolutamente tudo está à disposição de quem empunhar o lápis: basta desenhar.

Amor pelas animações

O novo trabalho é o primeiro lançamento em animação de Carlos Saldanha desde que o fim do estúdio Blue Sky,seu lar por 28 anos. Em 2021,ele fechou as portas após a aquisição do grupo do qual fazia parte,a 20th Century Fox,pela Disney — cujo portfólio já contava com a Pixar e a Disney Animation,que foram priorizadas.

Saldanha diz ter vivido um “luto” com o fim da produtora. E a temática da perda,é também tratada com delicadeza em “Harold e o lápis mágico”. O menino Mel,lamenta a morte precoce do pai ao longo da história. Harold,mais adiante na narrativa,também precisa lidar com uma perda bastante dolorosa.

— Foi um momento em que cheguei a pensar se ainda faria animação. Vivi um luto,mas então veio essa história sobre criatividade,com esse lápis desenhando. Fiquei muito confortável com essa parte,em desenhar,ter efeitos especiais,isso pra mim é tudo ok — afirma.

A combinação das duas formas de criar (em animação e com atores em cena,combinados),figurou como uma bem-vinda novidade ao diretor.

— Em cena havia a preocupação com cabelo,maquiagem… foi algo que fui aprendendo a fazer. Na animação é diferente,mas no live-action há diversas questões de câmera,de barulho. Foi algo muito legal,eu não tinha essa vivência (em longas-metragens). Vi a magia do cinema,e gostei da experiência nova.

Ao percorrer os cerca de 90 minutos de “Harold e o lápis mágico”,deduz-se que ali há um filme infantil,ou ao menos infantojuvenil. Saldanha,afirma que,em seu modelo de criação,não é bem assim que funciona.

— Faço,na minha cabeça,um filme de adulto a que as crianças possam assistir. E vira um filme de criança que os adultos gostam de assistir. É uma loucurinha que tenho — diverte-se.

Em alto-mar

O mesmo funciona no sentido inverso. Amplamente envolvido no projeto da cinebiografia do navegador Amyr Klink — que começou a ser filmada em meados de julho — Saldanha não descarta a possibilidade de usar algum aspecto lúdico para contar a história do velejador.

A produção,baseada na biografia best-seller “Cem dias entre o céu e o mar”,é conhecida: a jornada de Klink para atravessar o Atlântico Sul num barco a remo. A história se chamará “100 dias” e terá ao menos uma estrela internacional no elenco: Philippine Leroy-Beaulieu,a francesa Sylvie do seriado Emily in Paris,da Netflix. Na direção de Saldanha,Philippine fará a sueca Asa Frieberg Klink,mãe do velejador.

Além da jornada náutica em andamento,Saldanha planeja lançar mão de mais filmes em live-action e de seriados.

— Desenvolvo muitas coisas ao mesmo tempo. Penso como uma corrida de cavalos,há diversos projetos na reta. No que ficar mais adiante,eu invisto — anima-se. (Mariana Rosário)

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