Consulta pré-natal,preparar a bolsa da maternidade e conhecer o pediatra pessoalmente são questões fundamentais durante a gravidez — Foto: Freepik
GERADO EM: 14/07/2024 - 04:30
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Começa uma contagem regressiva com data incerta para a chegada do seu bebê e a ansiedade por essa aventura,que está apenas se iniciando,cresce a níveis impensáveis. Um filho a caminho abre muitas dúvidas e,com elas,aumenta a necessidade de saber cada vez mais. Por isso,é importante acalmar esses medos e essas inseguranças,principalmente nas semanas anteriores ao nascimento.
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O processo interno será pessoal e a experiência é algo próprio e intransferível. No entanto,ter em mente algumas orientações gerais contribui para ter uma ideia aproximada dessa fase única.
O que é a data provável do parto?
A data provável do parto é um cálculo aproximado de quando seu bebê nascerá.
— O cálculo é realizado somando 40 semanas ao primeiro dia da data da última menstruação. Considera-se que uma gravidez chega a termo entre as 37 e as 41 semanas — explica Carlos Nacach,chefe de Obstetrícia da Clínica e Maternidade Suíço-Argentina.
Por que ter uma consulta com o futuro pediatra?
O futuro pediatra será o responsável pela saúde do seu bebê desde o início e durante seu crescimento. Nos últimos anos,esse tipo de consulta ganhou relevância e hoje faz parte da preparação para a chegada de um bebê e dos preparativos da família.
O pediatra Gustavo Abichacra defende fazer isso de forma presencial:
— Existem profissionais com diferentes temperamentos,o que só se pode descobrir quando se vai ao consultório.
Na consulta,os pais,especialmente os de primeira viagem,podem antecipar determinadas situações que são normais do recém-nascido e acalmar a ansiedade dos primeiros momentos.
— Que o bebê espirre,tenha soluços,estrabismo ocasional até os 2 meses,evacuações frequentes,ou cólicas,são situações esperadas. Se estiverem avisados,os medos e inseguranças se dissipam — acrescenta.
No encontro,pode-se entender a disponibilidade do profissional,especialmente em casos de urgências e fora dos horários de consultório. Além disso,é importante avisar ao pediatra,caso haja alguma patologia familiar,materna ou do próprio bebê detectada durante a gravidez.
Quais os tipos de partos que existem?
De modo geral,existem dois tipos de parto (vaginal e cesárea),embora o vaginal possa assumir diferentes variantes,segundo Nacach.
No parto vaginal,o nascimento ocorre através do canal de parto,podendo ser:
Natural: realizado sem nenhuma intervenção,medicação ou anestesia.Medicalizado: utilizam-se diferentes medicações para induzir ou modificar as contrações e a anestesia peridural como analgesia.Instrumental: quando a extração do bebê é feita com a ajuda de um instrumento,que pode ser um fórceps ou vácuo extrator.Na cesárea,realiza-se uma cirurgia abdominal para extrair o bebê do útero.
Como podemos nos preparar para o parto?
Do ponto de vista médico,a preparação para o parto baseia-se em: assistência pré-natal; comparecer regularmente às consultas médicas para monitorar a saúde da mãe e do bebê; fazer o curso de pré-parto; e centrar-se no preparo físico e emocional. Para isso,são fornecidas informações necessárias sobre o trabalho de parto,técnicas de respiração e métodos para a relaxamento muscular,com o objetivo de reduzir a tensão e a dor durante o trabalho de parto e o parto. Além disso,também são compartilhados conhecimentos sobre a amamentação.
Como se preparar emocionalmente?
Embora seja um momento muito pessoal,íntimo e experiencial para cada casal e família,há algumas situações e/ou ações que contribuem para ter uma ideia aproximada da etapa que se aproxima.
Segundo Maritchu Seitún,psicóloga especializada em orientação a pais e referência em criação,é fundamental como primeiro passo “entender que é uma mudança importante e muito difícil de dimensionar de antemão”. Nesse contexto,ela encoraja os futuros pais a “se informarem,lerem sobre o tema,conversarem com irmãos e amigos que já passaram por essa experiência,visitarem o obstetra e fazerem os cursos de pré-parto”. São situações que ajudam a ir se familiarizando,para que a mulher não sinta que carrega tudo sozinha e também ajuda o pai a se envolver mais e melhor com esse bebê.
Quando e como preparar a bolsa da maternidade?
Aconselha-se começar a preparar a bolsa a partir da 35ª semana da gravidez. A quantidade de malas (contando a do acompanhante) ficará a critério de cada família.
Bolsa para a mãe: duas camisolas com abertura para facilitar a amamentação; um roupão; um par de pantufas; meias; roupa íntima (calcinhas de cintura alta; e dois ou três sutiãs de amamentação); absorventes pós-parto; creme de calêndula; itens de higiene pessoal; e roupas confortáveis e folgadas. Não esqueça o RG,a carteirinha do plano de saúde e os exames realizados durante a gravidez.Bolsa para o bebê: Sugere-se levar: fraldas descartáveis (tamanho RN); algodão e lenços umedecidos para recém-nascidos; um trocador; três conjuntos finos e três grossos; dois gorros de algodão; dois casaquinhos com botões de lã macia ou de linha (dependendo da estação); dois pares de meias de algodão; um cobertor de algodão; e duas calças ou macacões. Recomenda-se adicionar um conjunto de roupas para o dia da alta.
Não esqueçam de uma bolsa para o acompanhante,com documentos e carregador de celular. Junto aos preparativos,as famílias devem contar obrigatoriamente com o bebê conforto para a saída e transporte para casa.
O que é o parto humanizado?
Carlos Nacach destaca que estamos diante de “uma abordagem centrada na experiência da mulher durante o processo do parto”,que inclui,entre outras coisas,“ter um ambiente tranquilo e acolhedor,e minimizar as intervenções médicas desnecessárias,tentando fazer com que o parto seja o mais natural possível”.
O que é a ‘golden hour’?
Representa a primeira hora de vida do bebê,ou a imediata a transição entre o útero e o ambiente externo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os recém-nascidos que não necessitem de cuidados especiais entrem em contato imediato,pele a pele,com suas mães durante a primeira hora após o nascimento.
Esse contato facilita a amamentação,favorece a relação mãe-filho,reduz o estresse do bebê e a ansiedade materna,melhora a estabilidade fisiológica dos bebês,e regula melhor a temperatura corporal e o nível de açúcar no sangue.
Quais os primeiros cuidados com o bebê?
Após o nascimento,existem cuidados e rotinas que são fundamentais para esse momento único,de acordo com Ana Pedraza,chefe de Neonatologia da Clínica e Maternidade Suíço-Argentina. O clampeamento do cordão umbilical deve ocorrer de 1 a 3 minutos após o nascimento. Isso permite a transfusão de sangue da placenta para o bebê,o que melhora suas reservas de ferro e previne a anemia . O contato pele a pele e o início da amamentação são ações-chave. Os exames e procedimentos variam conforme a situação do bebê,mas caso seja um bebê saudável e nascido a termo a recomendação é mantê-lo junto à mãe e sempre evitar separações desnecessárias.
O que é puerpério e quanto tempo dura?
O puerpério é a etapa que começa após o nascimento. Em outras palavras,é o período em que todas as mudanças ocorridas no corpo das mulheres durante a gravidez regridem. Em tese,vai até a primeira ovulação,que pode ser mais tardia quando a mulher amamenta. Alguns consideram o período de 45 a 60 dias pós-parto,pois acredita-se que nessa fase todos os órgãos (exceto as mamas) já retornaram às condições prévias.
É aconselhável receber visitas na maternidade?
— No primeiro mês de vida,tanto na maternidade quanto após a alta,é aconselhável ter o menor número possível de visitas,limitando-as a familiares ou amigos que colaborem com os pais. É fundamental respeitar os tempos e necessidades tanto da mãe quanto do bebê — adverte Pedraza.
Quando as visitas acontecem,na maternidade ou em casa,é importante tomar todas as precauções para evitar expor o bebê a infecções. As pessoas devem lavar as mãos antes de tocar no recém-nascido e não devem interferir no sono. Por fim,nenhuma pessoa doente ou que tenha estado em contato com alguém com febre ou sintomas gripais,deve visitar o bebê.